quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Agradecimento

Agradecimento

O IX Encontro Arquidiocesano de Comunicação foi realizado graças a um conjunto de pessoas que se empenhou para que ele fosse um sucesso. Neste conjunto, bastante heterogêneo, não poderíamos deixar de mencionar os convidados que se dispuseram a compartilhar o seu conhecimento sobre questões relevantes à Comunicação – conferencista principal, palestrantes de oficinas, coordenadores de equipes de serviço e as pessoas que fazem parte das instituições que apoiaram o evento.
É preciso destacar, também, aqueles que se ocuparam da organização, realizando inscrições, entregando pastas e crachás, montando as salas para as oficinas, atendendo às diferentes solicitações e informações necessárias no evento; o grupo que animou o evento; as que mantiveram as salas e os banheiros sempre limpos; os responsáveis pelos equipamentos de áudio e visual; as pessoas que cuidaram especialmente do transporte e hospedagem do convidado palestrante, e, principalmente, os participantes – comunidades, grupos e movimentos de diversas paróquias os quais vieram dar vida ao Encontro com sua presença no ginásio.
Agradecemos assim a todas as pessoas que contribuíram para viabilizar o Encontro, pelo seu empenho, esforço e, em especial, pela demonstração de compreensão e solidariedade na solução dos problemas que surgiram.
A você que expressou esse compromisso participando do IX Encontro Arquidiocesano de Comunicação, o nosso MUITO OBRIGADO!

Padre Manoel de Oliveira Filho
Coordenador da Pascom – Arquidiocese de São Salvador da Bahia





segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Deus - Comunicação na dinâmica libertadora

     De fato, toda pessoa que quer aprender, vai buscar o conhecimento numa fonte segura e profunda. O desejo faz buscar em profundidade. Todo comunicador aprende desde sempre que, para bem comunicar, precisa dar atenção ao público-alvo, segundo todas as teorias comunicacionais. É preciso ouvir o público, ir ao seu encontro, perceber suas demandas e suas necessidades. Sem esta premissa, não existe comunicação.
     No livro do Êxodo, capítulo 3, versículos 7-8a, Deus nos dá uma lição de comunicação. Muito antes que qualquer teoria da comunicação fosse elaborada Javé dizia a Moisés que viu a opressão (...), ouviu o grito(...) e conheceu o sofrimento do seu povo. Como conseqüência, desceu para libertá-lo.
     Ver, ouvir, conhecer e descer, ir ao encontro.
    Se estas regras são basilares para a comunicação em geral, o comunicador cristão tem a obrigação de vivê-las, pois não aprendeu nos bancos das universidades ou nos livros da biblioteca. Aprendeu do próprio Deus que não ficou circunscrito a sua divindade, numa eternidade feliz e egoísta, mas se fez e faz encontro com o seu povo.
    O comunicador cristão, mergulhado na experiência do Deus-Libertador, na contemplação profunda desse mistério de amor que não se cansa de amar, deve ser alguém que enxerga o seu irmão, as realidades todas da vida outro e das comunidades. É pessoa aberta para o mundo, com antenas ligadas em tudo que acontece. Ele vê as dores e angústias da história, percebendo os sinais dos tempos, aprendendo dos fatos e dialogando com eles. É pessoa de ouvidos atentos, capazes de ouvir o grito, pedido de socorro, e o sorriso, partilha da alegria. É comunicador que sabe, não apenas, falar mas, também, e muito, ouvir. Ouvir o dito e o não dito.
    Ouvir o não-dito significa dar atenção ao silêncio do outro, perceber a sua ausência como grito de socorro, como chamada de atenção que precisa ser atendida e não cobrada. O ouvir está na dinâmica do acolher, do permitir que o outro seja ele mesmo diante do comunicador. O ouvir está na perspectiva do amor que liberta, porque permite que outro se expresse na grandeza e contradição da sua existência.
     O comunicador cristão conhece o outro, porque contempla o Deus-Libertador que conhece o seu povo.
   A idéia que temos sobre o conhecer, com bases exclusivas na razão, vem da mentalidade iluminista-racionalista. Para nós, filhos e filhas da modernidade, conhecer diz respeito a “saber sobre alguém ou algo”. A perspectiva bíblica do conhecer extrapola essa dimensão. Conhecer, portanto, significa fazer a experiência. É tão profundo e íntimo que Maria, ao saber que seria a mãe do Salvador, respondeu ao ajo que não conhecia homem algum (cf Lc 1,34). Conhecer tem, assim, até uma conotação de ato sexual. Uma palavra apenas e um significado tão largo que tange várias dimensões da existência.
     O comunicador que deseja imitar o Mestre deve conhecer o outro, fazer experiência com ele, vivenciar as sua dores e alegrias, angústias e incertezas, vitórias e derrotas. Não pode ser um sub-burocrata da comunicação, nos gabinetes das suas verdades e certezas. O conhecer ensinado por nosso Deus-Libertador deve levar a um partir, a um “estar com”, fazer morada na vida do outro. Sentir com o outro.
     Deve, portanto, descer.
   Quem vê, ouvi e conhece inevitavelmente, desce. Não pode, não consegue deixar que outro continue sozinho pelas estradas da vida. Quer fazer-se companheiro, comedor do mesmo pão,  cúmplice da mesa história, construtor de comunhão. Ver, ouvir, conhecer e descer. Eis o que nos ensina e para onde nos mobiliza a experiência com Deus-Libertador.

* Padre Manoel Filho - Coordenador Arquidiocesano da Pascom

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pesquisa revela o índice de confiança na Igreja

Igreja salta de 7ª para 2ª posição no ranking das instituições mais confiáveis, segundo ICJBrasil, da DIREITO GV

A confiança população nas instituições sofreu uma mudança importante no último trimestre. É o que mostram os dados do ICJBrasil (Indice de Confiança na Justiça), produzido pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (DIREITO GV). A Igreja - que também marcou a disputa à presidência da republica no segundo turno das eleições – passou de 7º lugar no ranking de confiança nas instituições para a 2ª posição. Nesse trimestre 54% dos entrevistados disseram que a Igreja é uma instituição confiável em comparação com o segundo trimestre de 2010, quando 34% dos entrevistados deram essa resposta. Em contraposição, a confiança nos Partidos Políticos caiu de 21% para 8% no período, mantendo-se em última posição no ranking de confiança nas instituições.

As Forças Armadas continuam sendo a instituição que conquista a maior confiança da população, 66% de respostas afirmativas. Na sondagem anterior - referente ao segundo trimestre - a Marinha, o Exército e a Aeronáutica obtiveram 63%.

O resultado não é confortável para os órgãos da Justiça. Com apenas 33% dos entrevistados dizendo que o Judiciário é uma instituição confiável, a instituição empata com a Polícia e ganha apenas do Congresso Nacional (20%) e dos Partidos Políticos (8%). As outras instituições ficaram com os seguintes resultados no que diz respeito à confiança da população: Grandes Empresas (44%), Governo Federal (41%), Emissoras de TV (44%) e Imprensa Escrita (41%).

ICJBrasil foi criado pela DIREITO GV para mensurar o grau de confiança no Judiciário e como a população utiliza as instituições da Justiça para a reivindicação de direitos e busca por soluções de controvérsias. O ICJBrasil do terceiro trimestre de 2010 foi de 4,4 pontos, em uma escala de 0 a 10, o mesmo índice obtido no trimestre anterior. O índice é formado pelos subíndices de comportamento e percepção, sendo que o segundo cravou uma nota 6,3 e o primeiro, 3,5 pontos, sempre em uma escala de 0 a 10.

O Distrito Federal foi o Estado que registrou maior confiança no Judiciário, com 4,6 pontos, desbancando a liderança do Rio Grande do Sul que, desde o início da sondagem, em julho de 2009, ocupava o posto. No período, o estado gaúcho recebeu um índice de confiança de 4,5 pontos. São Paulo e Rio de Janeiro apresentaram o mesmo índice de confiança, 4,4 pontos, e os Estados da Bahia, Minas Gerais e Pernambuco são os que menos confiam no Judiciário: cada um teve 4,3 pontos no índice de confiança.

Fonte: Direito GV

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Habilitação para rádios comunitárias


O Ministério das Comunicações publicou no Diário Oficial da União, aviso de habilitação para que 77 localidades, distribuídas em 18 estados brasileiros, possam receber novas rádios comunitárias. O prazo para que as associações interessadas em prestar o serviço realizem suas inscrições e apresentem toda a documentação exigida é de 45 dias contados a partir de sexta-feira 12 de novembro.  Podem se habilitar as associações e as fundações comunitárias, legalmente constituídas, que possuam sede na região onde pretendem prestar o serviço. Os formulários necessários para o cadastro estão disponíveis no site www.mc.gov.br, no item “Rádio Comunitária”. Além disso, é necessário efetuar o pagamento de uma taxa de cadastramento no valor de R$ 20,00.
Para outras informações sobre outorgas de Rádio Comunitária, entre em contato com a Secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica, deste Ministério, pelo seguinte endereço eletrônico:ssce.atendimento@mc.gov.br ou nos telefones (61) 3311-6294 e (61) 3311-6592.

Fonte: Ministério das Comunicações

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Encontro Arquidiocesano de Comunicação

Paróquia: Comunidade Comunicadora é o tema da nona edição do Encontro Arquidiocesano de Comunicação. O evento promovido pela Pastoral da Comunicação acontece no dia 28 de novembro, na UCSAL, campus da Federação, das 8 às 17 horas. O encontro tem como objetivo reunir padres, religiosos e leigos para uma reflexão sobre a necessidade de uma potencialização dos processos de comunicação que ocorrem nas paróquias para que elas se tornem uma rede de comunidades. “Esperamos que, a partir desse encontro, todos adotem o espírito de semear o Evangelho através da comunicação, que é um processo acima de tudo desenvolvido por pessoas”, comenta o coordenador da Pastoral Arquidiocesana de Comunicação, padre Manoel Filho.
Este ano, a temática escolhida será abordada numa palestra com o padre Geraldo Martins, assessor de imprensa da CNBB. Na programação, além da palestra haverá a celebração Eucarística, oficinas e momentos de animação com Irmã Carol. Cada participante pode escolher uma das 13 oficinas oferecidas. As inscrição custa R$ 5,00 (cinco reais) e os interessados podem se inscrever até o dia 24 de novembro na sede da Pascom, no Centro Pastoral (Doroteias, Garcia). As inscrições também podem ser feitas na loja de artigos religiosos Andar Com Fé, em frente à Ricardo Eletro 1º Piso no Salvador Shoppping, nas lojas Paulus, Paulinas, Vozes e Ave Maria.Outras informações pelo telefone 4009-6688. Confira a programação completa e a lista das oficinas!

PROGRAMAÇÃO
8h - Celebração Eucarística
09h30 - Palestra principal
10h30 - Cafezinho
10h45 - Continuação da palestra e plenária
12h - Almoço
14 às 17h - Oficinas

OFICINAS
Dicção
Acolhimento e relações humanas
Texto jornalístico para boletins comunitários
Fotografia para veículos de comunicação alternativos
Comunicação na Catequese
Como falar em público
Produção de vídeo em máquina fotográfica
Produção de programas para rádios comunitárias e serviços de alto-falantes
Evangelização e música
Manuseio de equipamento de som
Murais e cartazes
Expressão corporal
Comunicação na Liturgia

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Filme Aparecida - O Milagre


Filme longa-metragem, de ficção, com direção da renomada diretora Tizuka Yamasaki, com Murilo Rosa, Maria Fernanda Candido, Bete Mendes, Leona Cavalli e grande elenco. Lançamento previsto para 17 de dezembro de 2010.
Uma história que fala da fé, da possibilidade de redenção através da mudança de comportamento de um homem agnóstico, que ante os impasses da vida, busca através da fé na Santa Aparecida a solução de seus problemas.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Novas Linguagens

“Cultura da comunicação e novas linguagens”. Este é o tema da Assembleia Plenária que o Pontifício Conselho para a Cultura que será realizado nos dias 10 e 13 de novembro. O evento pretende contribuir para a definição do vocabulário mais indicado para a Igreja se comunicar com o mundo exterior.
Em entrevista à Rádio Vaticano, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, dom Gianfranco Ravasi, lamentou que, muitas vezes, a comunicação da Igreja seja feita “para dentro”, e deu como exemplo a “linguagem teológica tão sofisticada que não encontra referências na população católica, que tem no seu interior as linguagens da televisão, da internet ou do dia a dia”.
“Se não se encontrar o vocabulário, a gramática ou até mesmo o estilo com o qual nos relacionamos com o outro, então é impossível passar aos conteúdos”, sublinha dom Ravasi.
Segundo o presidente, o objetivo da assembléia é “estudar a comunicação a um nível superior, teórico, estrutural”, para depois se poder passar “aos conteúdos do próprio diálogo, uma vez encontrada a sintonia nas linguagens”.
O Pontifício Conselho vai fazer a inauguração da Assembleia Plenária, de forma inédita, a partir do Capitólio, na Câmara Municipal de Roma.

Fonte: Site da CNBB

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Deus-Comunicação na criação

O relato da criação que o livro do Gênesis nos trás é carregado de beleza literária e profundidade teológica. Deus Pai, na sua infinita bondade, derrama-se sobre a história criando o universo e todas as criaturas, inclusive, obra-prima da criação, a pessoa humana.

Não vamos nos deter no aparato teológico que o texto nos trás, fazendo uma livre interpretação espiritual da mensagem que ele carrega e do ensinamento que oferece aos comunicadores cristãos.

A grandeza comunicacional do texto já aparece no derramar-se de Deus. Sabemos que a Trindade é a mais perfeita comunidade, onde os três divinos membros têm a sua identidade preservada e mesmo assim vivem numa comunhão tão profunda de amor que formam um só Deus. Cremos e proclamamos que a Trindade é um só Deus em três pessoas. Como deve ser maravilhosa a experiência de comunicação na Comunidade Trinitária. Todo respeito e todo diálogo, toda abertura e toda acolhida. Tudo que existe e pode ser pensado humanamente no que tange à comunicação é infinitamente extrapolado pela experiência trinitária.

E ali podiam ficar o Pai, o Filho e o Espírito Santo em comunhão perfeita e comunicação plena. Eternamente, absolutamente distante da história. E tudo estaria bem.

Não é isso que vivenciamos. O que existe é um Deus que se derrama. A criação é comunicação de Deus para a humanidade, construção de amor, criatividade infinita que não se cansa de criar e recriar todos os dias, em todos os tempo.

“ Faça-se... e a luz se fez”

“ Faça-se... E Deus fez o firmamento.”

“ Faça-se...E assim se fez.”

“ Façamos... Homem e mulher ele os criou.”

(Cf. Gn 1, 1-27)

A palavra-comunicação de Deus é criadora. Deus fala e acontece o novo. O eternamente novo.

Contemplando o mistério amoroso de Deus criador, o comunicador cristão tem muito o que aprender no seu processo de amadurecimento comunicacional. Só existe comunicação cristã quando a palavra é geradora do novo, é palavra criadora.

Não vamos confundir palavra criadora com criatividade. Embora esta seja importante, não é determinante e pode ser perigosa. Podemos vincular criatividade com “novidadismo”. Uma certa ansiedade por novidades vem levando o homem contemporâneo a se distanciar do Projeto de Jesus Cristo e quem lida com comunicação na Igreja pode correr o risco que se emaranhar na roda vida do mercado, criando e aceitando modas e modismos em nome da criatividade.

Não é esta a reflexão pertinente diante do Deus criador. A palavra-comunicação criadora é aquela que toca o coração de quem acolhe e faz, ali, o novo acontecer. Faz despertar as profundidades do ser para perceber o novo que é o próprio Deus, sempre eterno e sempre renovado.

Um exercício maduro de contemplação do mistério de Deus criador faz do comunicador cristão uma pessoa capaz de olhar o outro, enxergando nele a potencia de bem e belo que ele carrega, vendo as dimensões profundas daquela existência, percebendo, para além da aparência, a essência de vida e vigor ali existente.

A palavra criadora que brota da comunicação cristã faz o novo acontecer nas pessoas e no mundo.

É palavra não dita, é olhar que brilha, que sorriso que ilumina.

Vejamos Maria. Grávida da Palavra feito carne, foi visitar Isabel. Estava plena de Deus e no encontro com Isabel fez com que a criança que a prima carregava no ventre pulasse de alegria. (Cf. Lc 1, 39-46)

O comunicador cristão, carregado de Deus, possibilita que a beleza que o outro traz seja potencializada em cada encontro. A vida que o outro carrega, muitas vezes reprimida pelo peso da sua história, pelas dores cotidianas, pelo rigor do trabalho, se renova e salta em pulo de esperança renovada.

Comunicar, portanto, na dinâmica desta contemplação, é fazer o novo acontecer.

Quando contemplamos a grandeza de Deus na obra da criação, como comunicadores cristãos devemos assumir a dimensão de colaboradores nesta obra, neste oitavo dia da criação. A comunicação cristã é continuação da comunicação/criação de Deus.

Quando assumimos esta responsabilidade, aprofundamos o ser comunicação e, consequentemente, aprimoramos o nosso fazer comunicacional com uma qualidade que distingue a nossa ação de todas as outras.

Portanto, uma espiritualidade da comunicação tem o seu início na contemplação do Deus-Criador.

* Padre Manoel Filho - Coordenador Arquidiocesano da Pastoral da Comunicação

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Verdade, anúncio e autenticidade de vida na era digital

       O Pontifício Conselho para as Comunicações divulgou hoje, 29, o tema do Dia Mundial das Comunicações de 2011. A escolha do tema: Verdade, anúncio e autenticidade de vida na era digital foi feita pelo Papa Bento XVI, que no dia 24 de janeiro de 2011 publicará a sua mensagem aos comunicadores de todo o mundo.
      De acordo com o comunicado publicado pelo Pontifício Conselho para as comunicações, "é preciso colocar a pessoa humana no centro das discussões acerca dos avanços tecnológicos e científicos". Além disso, a temática escolhida é um apelo para que os comunicadores, especialmente os jornalistas católicos, façam de sua vida um testemunho do Evangelho, a favor da verdade e da vida.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Curso On line: A web e a evangelização


A Arquidiocese de Campinas, através do Ambiente de Formação Virtual, oferecerá uma nova edição do Curso on-line:  “A WEB e a Evangelização”.  
Objetivo: O curso visa promover uma reflexão sobre a utilização e a divulgação  dos modernos recursos tecnológicos e digitais, especialmente os da chamada WEB 2.0, na pastoral e Evangelização na Igreja, bem como promover o conhecimento de algumas delas.
Ele se insere na dinâmica proposta pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais expressa nas recentes  mensagens do papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, dedicadas ao uso da internet na ação eclesial, principalmente, os recursos interativos que contribuem para uma maior participação dos fieis na vida da comunidade.  Este “‘novo areópago” do tempo moderno, como foi denominada pelo  papa João Paulo II,  já em 1990, pode e deve ser utilizado pelos cristãos na Evangelização (Redemptoris Missio 37,c).    
Público alvo: Agentes de pastoral que se interassem pela utilização da web na Evangelização, especialmente os da Pascom.
Metodologia: O curso será oferecido totalmente na modalidade on-line através do Ambiente Virtual de Formação: Igreja em Rede da Arquidiocese de Campinas. Ela será interativa e se baseará  na reflexão pessoal dos textos, vídeos, áudios e imagens indicadas, na interação  assíncrona nos fóruns e na interação  síncrona em chats (opcional)  mediante o  acompanhamento de um orientador(a) nas diversas atividades propostas no do próprio Ambiente Virtual.
O curso será realizado em dois meses, com uma carga horária estimada entre 80hs dividida em 4 módulo. Sugere-se,  que haja uma dedicação pessoal em média de 10hs semanais. Todavia, sendo on- line, cada pessoa organizará seu tempo de estudo.  Confira os módulos do Curso:
1º módulo – Ambientação e Introdução ao Curso  
  • Ambientação e Conhecimento do Ambiente Virtual,
  • Formação on-line e  EAD,
  • Netiqueta: o necessário comportamento social nos recursos interativos da web
2º módulo – Os recursos  da  WEB e  a WEB interativa
  • O que é web, Web 2.0, Web 3.0…. (Web Estática  x WEB Interativa)
  • Os nativos da Internet (Geração X, Y e Z) e o migrantes digitais
  • Os recursos interativos e colaborativos da WEB
  • Editor de textos, planilhas, formulários  on-line
  • Compartilhadores de Arquivos
  • Comunidades Sociais
3º módulo – A  concepção eclesial sobre os Recursos Digitais (documentos e orientações da igreja) e a utilização deles.
  • Estudo dos Documentos do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais
  • Conhecendo alguns trabalhos da Igreja na WEB (blogs, sites, redes socais)
4° módulo –  A Filosofia da WEB 2.0, a Igreja e a Pastoral e a Inclusão Digital
  • O que a Filosofia da WEB 2.0 evoca à Igreja? (uma aproximação com o Evangelho).
  • Interação, Colaboração e Corresponsabilidade – Reflexão para uma eclesiologia de Comunhão e Participação.
  • Direitos autorais na WEB e a Ação Evangelizadora
  • Letramento Digital, Inclusão Social  e a Opção Preferencial pelos Pobres
Certificado: As pessoas que completarem 75% das atividades e interatividades receberão certificado da Arquidiocese de Campinas apenas com validade pastoral.
Exigências:
 Acesso a internet, preferencialmente banda larga (No curso há vídeos que podem não funcionar na internet discada. Todavia, isto não se configura um impedimento para segui-lo)
  • Conhecimento mínimo de internet para a utilização de navegadores (Internet Explorer, Firefox, Google Chrome)
  • Conhecimento de edição de texto (Word e BrOffice)
Previsão de data para início do curso: 27 /09 a 29/11
Investimento: R$ 30,00 (pelos 2 meses). Ele deverá ser efetuado somente no ato da inscrição através do pagseguro
Período de pré-inscrições: Antes das inscrições propriamente ditas, realizaremos um período de pré-inscrições que irá 01/09 a 20/09. Para manifestar seu interesse em se inscrever no curso, disponível através do endereço: http://www.ambientevirtual.org.br/novidades/curso-on-line-a-web-e-a-evangelizacao/

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Espiritualidade da Comunicação


A pergunta primeira, ao escrever sobre a espiritualidade da comunicação, é porque? Por que uma reflexão sobre a comunicação numa perspectiva mística e espiritual?
Nestes quase dez anos de Pastoral da Comunicação, mas mesmo anteriormente, quando comecei a me apaixonar pela comunicação na Igreja, pensei que o fazer comunicação só teria um sentido evangélico se nascesse de um ser comunicação, não meramente instrumental e pragmático, portanto.
E este é um perigo grande ao trabalhar com algo tão exigente, tão instantâneo, que demanda tanta atenção e esforço físico e mental. Quem trabalha com ela já sabe: comunicação é trabalho braçal. Longe da idéia de glamour e sofisticação que transparece do mito midiático, o que existe é suor, fruto do esforço. E não é diferente com a comunicação na Igreja. A cada dia um novo programa na rádio e TV, a cada semana ou mês um novo jornal ou revista, a cada instante uma nova postagem no site. E, quando concluímos uma etapa, tudo começa de novo e do zero. É o trabalho da cozinheira que, a cada manhã, trabalha tanto para ver o fruto do seu esforço consumido em minutos e, tantas vezes, criticado.
Instrumentalizar a comunicação é, de fato, um perigo gigantesco. Esta atitude levaria, inevitavelmente, a um fazer sem sentido, uma luta sem vitória, um esgotamento atrás do sucesso que, tantas e tantas vezes, não chega. Na lógica do mundo, todos os argumentos e atributos podem ser usados para alcançar este sucesso desejado. E alguma coisa sempre se consegue. Na dinâmica do Evangelho, não.
O Evangelho nos impõe uma postura que pode nos distanciar do sucesso, nos afastar da vitória fácil e preterir as nossas aspirações humanas de facilidade e portas largas. Mas, para compreender o Evangelho e entrar numa dinâmica da essência e não da aparência, do conteúdo e não da forma é preciso uma atitude que envolva o ser e, consequentemente, toque as profundezas da vida, determinando as escolhas e os horizontes.
Assim, o primeiro argumento para um espiritualidade da comunicação que não compreenda este serviço apenas como instrumento é o ser.
Ser comunicação deve ser a base do fazer. O cristianismo tem as suas bases no ser que gera o fazer. Lembro bem do, então, Padre Giancarlo Petrini, Reitor do Seminário Propedêutico Santa Teresa do Menino Jesus, onde fiz meu primeiro ano de formação, falando sobre a vocação sacerdotal que não podia ser alicerçada no fazer e, sim, no ser. Ele falava daquele padre recém ordenado que, voltando para a sua cidade natal depois da festa, sofre um acidente de carro e fica tetraplégico. Nunca mais fez nada. Mas nunca deixou de ser padre.
O ser tem raízes profundas, toca a existência, define a identidade, marca a totalidade da vida. O ser não muda ao sabor dos ventos e dos humores. O ser não cansa com o passar dos anos, não esmaece com a quantidade de horas de trabalho.
Quem faz, em algum momento pode deixar de fazer. Quem é, nunca deixa de ser. É verdade que a natureza humana, circunscrita pela fragilidade do pecado, tem o seu ser relativizado, passível de mudanças constantes e variações de interesses. No entanto, quanto mais a raiz do ser estiver fincada na profundidade da terra, mais ele se tornará imune aos ventos das mudanças.
*Padre Manoel de Oliveira Filho - Coordenador Arquidiocesano da PASCOM

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Formação Continuada

Vivenciar os ensinamentos de Jesus
Não basta, ao agente da Pascom, saber todas estas coisas bonitas sobre Jesus Cristo, fazer discursos ou pregações sobre a comunicação ideal. O comunicador cristão busca se educar e se reeducar, cotidianamente, para vivenciar o modelo de comunicação revelado por Jesus Cristo.
Ele é chamado a VIVENCIAR os valores evangélicos da comunicação cristã, fazendo a experiência do diálogo, da tolerância, da escuta, do acolhimento, da comunicação positiva, sempre; comunicação que leva à solidariedade, a comportamentos justos, à partilha dos bens e dos dons, ao exercício da cidadania, à transformação pessoal e social.
Como podemos concretizar isto? Dentro das realidades das nossas comunidades, nos espaço e no tempo em que vivemos, nas circunstâncias e conjunturas que exigirão respostas e tomadas de atitudes de cada um de nós. Na Pastoral da Comunicação, estas atitudes são tomadas de forma individual (no cotidiano de cada agente) e de forma coletiva (nas ações que se realizam em equipe, de forma planejada).
Para viver a experiência da Comunicação Cristã, o agente da Pascom ou de outras pastorais, movimentos e serviços precisa tomar iniciativa, ter coragem de se abrir ao novo, de seguir o modelo ensinado por Jesus. Quando o relacionamento dentro de casa é marcado pela violência da não-escuta entre os seus membros, quando a agressão verbal e até física toma o lugar da conversa e do diálogo, a criança cresce pensando que aquilo tudo é normal. Aí reproduz estes desvios de comunicação nas suas relações com as outras pessoas da sociedade, até mesmo dentro da Igreja.
O processo de reeducação para a comunicação requer alguns exercícios; algumas tomadas de atitudes bem concretas em nossa vida. Eis alguns passos para trabalharmos a mística da comunicação cristã em nossos comportamentos diários.
a) Buscar o auto-conhecimento
O primeiro passo neste processo de reeducação para a comunicação humana e cristã passa por uma avaliação de si mesmo. Quem sou eu? Como sou? Como me percebo? Como me trato? Como me sinto em relação a mim mesmo? Quais são as minhas virtudes? Quais são as minhas fragilidades? Como eu reajo emocionalmente aos acontecimentos e aos outros? Como anda a minha auto-estima? Como é o meu lazer? E minha vida afetiva? Como me comunico/relaciono com as outras pessoas dentro de casa, na escola, na rua, na Igreja, através do rádio ou outros meios? Quem busca ter consciência de si mesmo, ama-se, preza-se. Assim, fica bem mais fácil de amar e prezar os outros, respeitando suas qualidades e limites humanos. Aceitar-se para aceitar: este é o caminho do crescimento espiritual do comunicador cristão.
b) Tomar a iniciativa de ir ao encontro dos outros
O agente da Pastoral da Comunicação toma a iniciativa e vai ao encontro do outro, com o objetivo de estabelecer comunicação e construir comunhão com ele. Nossa missão requer trabalho, vivacidade, boa esperteza e antenas ligadas. Dormir no ponto ou passar batido são termos que não devem fazer parte do nosso cotidiano. Agir, sempre, mas agir no tempo certo, com cautela, usando uma certa diplomacia para conquistar o coração e a amizade de cada pessoa. Quem vai com jeito ganha a adesão e a confiança dos outros. Esta confiança jamais deve ser traída ou abalada. Sem confiança fica difícil desenvolver qualquer trabalho em comunidade ou em equipe. A estrada que nos separa dos outros, às vezes, é muito longa. Nossa missão é encurtar este caminho e até eliminar distâncias, sem esperar que os outros comecem. Esperar que as outras pastorais nos chamem, nos enviem notícias é dormir no ponto.
c) Cultivar a alegria de viver e a positividade
O agente da Pascom cultiva a alegria e o ânimo. Como Jesus Cristo, ele é portador da Boa Novidade. Quem entra em contato com o comunicador cristão sai cheio de boas notícias que trazem esperança. Já tem gente demais anunciando desgraças e tristezas, enquanto as coisas boas e os motivos de alegria ficam esquecidos. Aqui não cabe a alegria falsa, inventada, alienada. Estamos falando da alegria verdadeira que brota do coração e se expressa em pessoas que têm os pés no chão da realidade. Pessoas que, mesmo vivendo no meio de uma sociedade como a nossa, anunciam que um mundo novo é possível, quando fazemos alguma coisa para transformá-lo, aqui e agora, hoje. Estamos falando da alegria de ser solidário, de se despojar para experimentar a caridade, de fazer o bem, de escutar quem não tem chance de se dizer no modelo de comunicação que predomina nesta sociedade excludente. Em tudo, mesmo nas situações mais frustrantes e dolorosas, podemos encontrar uma face positiva, um motivo de esperança e de ânimo. “Tudo posso naquele que me fortalece”, diz São Paulo (cf Fl 4, 13). É preciso aprender a ver, no mundo e na sociedade, não apenas as desgraças, mas, sobretudo, a esperança. É preciso aprender a ver as coisas positivas da vida, mesmo em meio às desgraças que o mundo canta e decanta. Viver a positividade da vida é preciso! Só assim podemos superar as coisas ruins e fazer vigorar as coisas boas!
d) Cultivar a paciência para ouvir os outros com o coração
A escuta requer abertura ao outro. Quem escuta, verdadeiramente, procura entender e acolher o que o seu interlocutor está querendo comunicar. Não é simular que está ouvindo, martirizando-se. O coração de quem escuta tem paciência verdadeira e doa-se para fazer o outro mais feliz. Quanto bem pode fazer uma escuta verdadeira! Quem é escutado se sente valorizado, amado, acolhido. O comunicador é, antes de tudo, escutador: realiza-se, também, na escuta. É assim que podemos convencer os outros a também escutarem os outros, nas suas respectivas pastorais, movimentos, serviços e no cotidiano de suas vidas. O agente da Pascom educa pelo testemunho da comunicação.
e) Ser democrático e dividir responsabilidades com os outros
Autoritarismo não combina com comunicação cristã. A arrogância bloqueia, cria barreiras, provoca ruídos e corta qualquer possibilidade de comunhão. Nosso objetivo é gerar comunidade, espaços de diálogo. O comunicador educa-se, dia após dia, para dividir responsabilidades e deixar que outros exerçam o direito de dar opinião, de participar das decisões, de expressar suas ideias, de exercer a sua cidadania também dentro da Igreja. A Igreja não é propriedade privada de ninguém. Não somos donos; somos, apenas, filhos do Dono. Todos temos iguais direitos de exercer o direito de ser Igreja, cada um com a sua especificidade: leigos, padres, bispos, diáconos, religiosos e religiosas. Devemos encarar nossas funções no trabalho pastoral da Igreja como serviço e não como poder de mando, tipo “eu mando e você faz”. “Deus não escolhe os capacitados; capacita os escolhidos”, diz uma frase de efeito. Quantos de nós não começamos a trabalhar na Igreja de forma tímida? A capacitação é conseqüência da nossa perseverança no trabalho. O tempo vai passando e vamos adquirindo saberes com a vivência pastoral, com a prática e nos momentos de estudos. Jesus Cristo confiou responsabilidades aos seus discípulos. Eles vestiram a camisa por causa desta confiança demonstrada por Jesus.
f) Falar e testemunhar com autoridade
O testemunho é o instrumento de trabalho mais eficaz do comunicador, dentro da comunidade. Ao viver os valores da comunicação cristã, o agente da Pastoral da Comunicação ganha credibilidade, confiança e amizade. É isso o que torna a equipe de Pascom uma referência para os outros agentes de pastoral, para as outras pastorais, setores da Igreja e outros segmentos da sociedade local. O comunicador cristão se capacita para desempenhar melhor a sua comunicação ao estabelecer contatos interpessoais, nos momentos de falar em público, com representantes de outras instituições e através dos meios de comunicação. Falar com segurança, expressando-se com qualidade, com convicção é o segredo de sua autoridade. Mais uma vez, aqui não cabe autoritarismo, arrogância e nem agressividade. Cabe, sim, a serenidade, a espontaneidade, a harmonia dos gestos e da fala, a sobriedade no jeito de falar e se comportar.
g) Cultivar o espírito comunicativo
Ser comunicador da Pastoral da Comunicação é um apostolado. Quem opta pelo projeto de comunicação de Jesus Cristo cultiva o ardor missionário e procura viver os valores deste projeto, em todas as ocasiões e em todos os ambientes. Somos chamados a viver esta experiência pastoral muito mais com atitudes do que com palavras. O que significa cultivar um espírito comunicativo? Significa estar disponível à escuta, ao encontro, à visita, aos contatos, à comunicação. Só alcança este tipo de comunicação quem cultiva a espiritualidade. Você deve estar perguntando: “Um comunicador assim não seria um super-homem? Um espécie de anjo?” É bom lembrar que somos humanos e temos nossas quedas, nossos dias de mau-humor, nossos limites. Por isso que é imprescindível conhecer esses limites para superá-los. Ser um comunicador cristão é uma luta diária para vencer aquilo que atrapalha a boa comunicação.
Em resumo, segundo as religiosas Joana Puntel e Heleza Corazza, no livro Pastoral da Comunicação – Diálogo entre fé e cultura, o agente da Pascom deve ter as seguintes características:
. Ser capaz de escuta e diálogo;
. Estar aberto(a) para aprender sempre;
. Ter presença, aliada à capacidade profissional e ao testemunho;
. Ter grande amor e paixão pela comunicação, capaz de vibrar pela missão;
. Saber interagir com a diversidade, nesta sociedade pluralista;
. Saber lidar com os pontos de vista diferentes no interno do próprio grupo e das pastorais;
. Ser criativo na busca de soluções.
Produzido por:
Cacilda Medeiros – da coordenação da Pastoral da Comunicação, na Arquidiocese de Natal/RN
Francisco Morais – colaborador da Pascom – Arquidiocese de Natal
Referências bibliográficas:
Documento 59, da CNBB – Igreja e Comunicação rumo ao Novo Milênio, 1997.
FOGOLARI, Élide Maria & BORGES, Rosane da Silva. Novas Fronteiras da Pastoral da Comunicação. São Paulo, Paulinas, 2009
PUNTEL, Joana & CORAZZA, Helena. Pastoral da Comunicação – Diálogo entre fé e cultural. São Paulo, Paulinas, 2007